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Aliança entre Ratinho Jr e Ricardo Barros pode Guto para o PP como candidato ao senado

Aliança entre Ratinho Jr e Ricardo Barros pode Guto para o PP como candidato ao senado

Ratinho selou a aliança com a cúpula do PP

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A campanha do ex-juiz Sergio Moro (Podemos), pré-candidato à Presidência da República, sofreu um novo golpe no Paraná, com a aproximação entre o governador Ratinho Júnior (PSD) e o deputado federal Ricardo Barros (PP), líder do governo Jair Bolsonaro (PL), na Câmara.

A confirmação do apoio do PP do Paraná à reeleição de Ratinho, selada no início do mês — mas anunciada internamente desde o ano passado, quando Ricardo Barros esteve em Francisco Beltrão em reunião partidária —, aumentou as especulações de que Moro pode acabar isolado sem um palanque  forte em seu próprio domicílio eleitoral (ele vota em Maringá).

Eleito com apoio de Bolsonaro, Ratinho recebeu importantes investimentos federais para o Paraná em sua administração. Ao mesmo tempo, o Podemos de Moro compõe a base de seu governo e formou a chapa de sua campanha em 2018, com o senador Oriovisto Guimarães.

Ratinho não fala de eleição

Ratinho tem evitado falar publicamente sobre alianças, testando a possibilidade de oferecer palanque para mais de um candidato à Presidência e ganhando tempo até ser obrigado a se decidir por um lado.

Bolsonaro já sinalizou que não aceitará um palanque duplo com Moro na aliança do governador.

Já o senador Alvaro Dias, principal articulador do Podemos no Paraná, também afirmou que o partido não abre mão do Senado na chapa de Ratinho — vaga que ele próprio pretende ocupar.

Conforme se aproxima o período da janela partidária, trocas de partido muitas vezes necessárias para a formação de alianças, também cresce a pressão para que Ratinho decida quem estará com ele nas eleições.

Bolsonarista Filipe Barros

A aproximação com o PP do Paraná também ocorreu duas semanas depois que o deputado federal bolsonarista Filipe Barros (União Brasil) anunciou que poderia ser candidato ao governo paranaense para oferecer palanque a Bolsonaro.

Aliado do presidente, o parlamentar afirma ter sido procurado por membros da equipe de Bolsonaro, que teriam questionado se ele aceitaria colocar seu nome à disposição em caso de necessidade.

“O Paraná foi um dos estados mais atendidos pelo governo federal nesses últimos três anos e meio, e infelizmente o governador não se posiciona. A determinação é que temos que ter palanque para Bolsonaro. Não havendo composição com Ratinho, será o meu”, diz o deputado Filipe.

A entrada do parlamentar na disputa foi lida como uma forma de pressionar o governador para que ele escolha entre Moro e o presidente.

Interlocutores de Ratinho afirmam que, ao tomar essa decisão, ele precisará calcular qual será o menor prejuízo à sua campanha. De fora da chapa do governador, tanto Moro quanto Bolsonaro precisarão de um candidato próprio para ofertar um palanque no Estado.

Ratinho com a cúpula do PP

O governador Ratinho Júnior se reuniu com a família Barros para selar um acordo. Estiveram no encontro o deputado federal Ricardo Barros, sua filha, a presidente do PP do Paraná, deputada estadual Maria Victoria Barros, e sua mulher, ex-governadora do Estado e conselheira na Itaipu, Cida Borghetti. Na reunião, a família reforçou o compromisso em apoiar a reeleição de Ratinho e sugeriu que a vaga ao Senado na chapa pudesse ser ocupada pelo deputado estadual Guto Silva, que deixaria o PSD e se filiaria ao PP.

O oferecimento do Senado a um aliado de Ratinho foi lido como um gesto de que Bolsonaro, na figura de Barros, está aberto ao diálogo para atrair o governador e construir uma aliança forte no Estado. Procurado pela Folha de S.Paulo, Barros afirmou que “nós o apoiamos [Ratinho] para fortalecer o palanque de Bolsonaro”.

Além de Guto Silva, outros possíveis nomes são o da deputada Maria Victoria, do prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, do deputado federal Dilceu Sperafico ou do ex-prefeito de Maringá Silvio Barros. (Folhapress via JdeB) -

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