Primeira termelétrica de biogás do Brasil transforma dejetos de 40 mil porcos em energia elétrica
Instalada na região oeste do Paraná, a usina usa os dejetos de 40 mil suínos como matéria-prima
Começou a operar nesta quarta-feira (24) a primeira termelétrica de biogás do País.
A central tem capacidade para processar 215 toneladas de material orgânico por dia. O que antes era um agente poluidor se transforma em 480 kW de energia limpa. A construção da usina custou R$ 17 milhões. O projeto foi financiado pela Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica).
Para alcançar a matéria-prima necessária para a geração de energia renovável, o projeto conta com 18 produtores de suínos do município de Entre Rios do Oeste. São tratados os dejetos de aproximadamente 40 mil porcos.
O biogás produzido na usina será conduzido por uma rede de 20,6 quilômetros. A tubulação faz a interligação das propriedades rurais com uma minicentral termelétrica. No local estão instalados dois grupos de geradores com potência de 240 kW cada.
Energia para os prédios públicos
O governo do Paraná estima que a capacidade de energia produzia pela usina termelétrica biogás seja suficiente para compensar o consumo de 72 prédios públicos.
As unidades consumidores serão beneficiadas na modalidade ‘autoconsumo remoto’. Ou seja, os produtores de suínos vão receber uma repasse mensal pelo volume de biogás que cada um injeta na rede compartilhada.
“Esse será o futuro da energia que será produzida no Paraná, aliando a suinocultura à geração de biogás”, afirmou o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero.
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), afirmou que a usina termelétrica biogás é um modelo que pode ser replicado em outras cidades do estado e do Brasil.
“É uma cidade se transformando em uma cidade sustentável, autossuficiente em energia. Um exemplo que Entre Rios do Oeste e o Paraná dão para o Brasil”, disse o governador.
‘Pré-sal capira’
O projeto foi aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A estimativa de produção de energia renovável no meio rural gira em torno de 250 MWh por mês ou 3.000 MWh por ano, considerando utilização de 5.000 m3 de biogás/dia.
Os cálculos foram apresentados pelo diretor-presidente da CIBiogás, empresa responsável pela parte técnica do projeto, Rodrigo Régis de Almeida Galvão.
“Costumo dizer que esse é o pré-sal caipira, produzido no interior do Brasil, que transforma um passivo ambiental em um ativo econômico”, concluiu.
Informações da AEN