Produtores de leite se manifestam na fronteira
Manifestação de produtores de leite do Brasil, em Dionísio Cerqueira, contra a importação do produto que vem da Argentina e do Uruguai; pauta foi apresentada. Foto: Assessoria.
Centenas de produtores de leite dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul participaram da mobilização nacional “Não fique chorando o leite derramado, vem pra luta!”. Foi quarta-feira no Centro de Eventos de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. O ato teve início às 10h, com o pronunciamento de lideranças do setor e representantes de entidades da sociedade civil. Na sequência, os produtores de leite expuseram as suas angústias.
No início da tarde, foi realizada uma caminhada em forma de protesto até a Aduana com a Argentina, país que, juntamente com o Uruguai, exporta grande parte do leite consumido no Brasil — e isso afeta os produtores nacionais.
“Fiz questão de estar aqui, lado a lado dos produtores, porque também coloco o pé no barro e sei do estrago que esta crise no preço do leite tem gerado nas nossas pequenas propriedades. O produtor está pedindo socorro para não quebrar, por isso tenho lutado na Assembleia, em Brasília e em Curitiba para articular medidas que protejam nosso produtor e coíbam a importação e uso ilegal do leite em pó”, disse o deputado Luís Corti, único parlamentar paranaense presente nas atividades.
Segundo ele, medidas a médio e longo prazo são importantes, mas é preciso agir agora para evitar o colapso da cadeia produtiva. “Já acertamos com a Receita Federal, a Polícia Federal e demais órgãos para fechar o cerco contra as importações ilegais. Não basta apenas fazer discurso ou reuniões de gabinete. As pessoas estão cansadas. Temos que ter ações efetivas em defesa da cadeia do leite”, reforçou Corti.
Prefeito Hélio Surdi (PP), de Bom Jesus do Sul: “Muitos produtores estão desanimados, falam em desistir da atividade, e isso preocupa. Pois, para muitas dessas famílias, a produção de leite é a única fonte de renda”.
Dentre as principais reivindicações do setor, estão a prorrogação das dívidas do Pronaf, Pronamp e Inovagro; formação de um pacto federativo envolvendo estados e municípios para a avaliação e adequação da política nacional de apoio à cadeia produtiva do leite, em especial na agricultura familiar; e a criação do Instituto Nacional do Leite, para unificar e coordenar as ações interministeriais estratégicas.
Polícia Federal
Deputado Corti: “A Argentina e o Uruguai abarrotaram o mercado brasileiro de leite e nós queremos saber para que esse leite é usado. Se estiver sendo reidratado na indústria e vendido como leite líquido, essas empresas também precisam ser punidas e a Polícia Federal está atenta a isso”.
Em setembro, a mobilização regional “Crise do leite”, realizada na Amsop, reuniu mais de 400 pessoas. Nesta semana também teve ato na Assembleia Legislativa, com lideranças políticas se comprometendo na pauta de reivindicações dos produtores. (Assessorias)
Sudoeste Online - Ano 24
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